quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Dados sobre o Saneamento Básico no Brasil

COLETA E TRATAMENTO DE ESGOTO

- Apenas metade da população brasileira conta com serviço de esgoto e somente 1/3 do esgoto gerado no País recebe tratamento adequado. O que não é coletado e tratado é despejado diretamente no Meio Ambiente, em rios, lagos, mares e mananciais.

- 11% das faltas do trabalhador, sem acesso a coleta e tratamento de esgoto e demais serviços de saneamento básico, estão relacionadas ao problema
Fonte: Pesquisa Trata Brasil/FGV

- Crianças que não têm acesso aos serviços de saneamento básico apresentam redução de18% no aproveitamento escolar
Fonte: Pesquisa Trata Brasil/FGV

- 31% da população das maiores cidades brasileiras não sabem o que é Saneamento Básico.
Fonte: Pesquisa Trata Brasil/IBOPE

- Apesar dos dados da SNIS (Ministério das Cidades) indicarem que 69% da população não têm acesso a esgoto, 77% das pessoas acreditam que estão ligadas à rede pública. Essa percepção é maior nas cidades do Sul (87%) e do Sudeste (84%). "Como os dados oficiais indicam que esta porcentagem é menor, percebe-se que cerca de 8% não possuem de fato o serviço, ou seja, acreditam que o esgoto de seu domicílio é conduzido à rede municipal, quando na verdade não é", afirma Raul Pinho, presidente executivo do Instituto Trata Brasil.
Fonte: Pesquisa Trata Brasil/IBOPE

- 1 em cada 5 domicílios (20%) das maiores cidades brasileiras declara que não está ligado à rede pública.
Fonte: Pesquisa Trata Brasil/IBOPE

- Um terço da classe D/E das maiores cidades brasileiras (32%) não dispõe de acesso à rede pública, proporção que passa para um quinto (21%) dentro da classe C, e para cerca de um em cada 10 domicílios (9%) da classe A/B.
Fonte: Pesquisa Trata Brasil/IBOPE

- Em relação à escolaridade dos que não têm acesso à rede de esgoto, 23% estudaram somente até o Ensino Fundamental, 17% possuem o Ensino Médio e apenas 10% cursaram o Ensino Superior.
28% da população das maiores cidades brasileiras desconhece o destino do esgoto da cidade e 22% acredita que o esgoto vai para uma estação de tratamento.
Fonte: Pesquisa Trata Brasil/IBOPE

- 84% da população das maiores cidades brasileiras vincula o acesso ao serviço de esgoto com a melhora de sua qualidade de vida
Fonte: Pesquisa Trata Brasil/IBOPE

- 68% da população das maiores cidades brasileiras acredita que a responsabilidade dos serviços de saneamento básico é do prefeito
Fonte: Pesquisa Trata Brasil/IBOPE

- 61% da população das maiores cidades brasileiras revelam que nas promessas de campanha política das últimas eleições 61% dos candidatos não se mostraram preocupados com o tema saneamento básico. Essa percepção é maior na periferia (68%), em cidades do Norte e do Centro-Oeste (67%) e pelos que não estão ligados à rede (67%).
Fonte: Pesquisa Trata Brasil/IBOPE

- Cerca de 80% do esgoto produzido no país não recebe nenhum tipo de tratamento e é despejado em lagos, rios, mares e mananciais.
Fonte: Associação Brasileira de Entidades do Meio Ambiente (Abema)

- Cerca de 40 milhões de brasileiros (21,4% dos domicílios) ainda utilizam as obsoletas fossas sépticas.
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2005.

- Cerca de 40 milhões de brasileiros (21,4% dos domicílios) ainda utilizam as obsoletas fossas sépticas.
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2005.

IMPLICAÇÕES NA ÁREA DA SAÚDE

- Na última década, cerca de 700 mil internações hospitalares ao ano foram causadas por doenças relacionadas à falta ou inadequação de saneamento.
Fonte: Sistema de Informações Hospitalares (SIH) e Sistema Único de Saúde (SUS)

- 65% das internações em hospitais de crianças com menos de 10 anos são provocadas por males originados da deficiência ou da inexistência de esgoto e água limpa.

- Sete crianças morrem todo dia no País, em decorrência de diarréia. Por ano, são mais de 2.500 crianças menores de cinco anos vítimas da doença que prolifera em áreas sem saneamento básico.
Fonte: Fundação Nacional da Saúde (Funasa)

- 60% da ausência de crianças de zero a seis anos em creches e salas de aula devem-se a doenças relacionas com a falta de saneamento.
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2006.

- Cerca de 46 mil pessoas morreram de doenças infecciosas e parasitárias em 2004, o equivalente a 3.833 pessoas por mês, 126 por dia.
Fonte: Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde

- Cerca de 46 mil pessoas morreram de doenças infecciosas e parasitárias em 2004, o equivalente a 3.833 pessoas por mês, 126 por dia.
Fonte: Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde

- A esquistossomose atinge de 4 a 6 milhões de pessoas no Brasil.
Fonte: Carlos Graeff Teixeira, presidente da Sociedade Brasileira de Parasitologia.

- Os gastos anuais do Sistema Único de Saúde (SUS) com o tratamento de doenças ligadas à falta de higiene chegam a 300 milhões de reais.
Fonte: Sistema Único de Saúde (SUS)

EXPECTATIVA DE VIDA

- Para cada ponto percentual de aumento da cobertura de esgoto sanitário, a expectativa de vida aumenta 0,18 ano.
Fonte: A Construção do Desenvolvimento Sustentado FGV - SP para a União Nacional da Construção - agosto 2006

• Crianças até seis anos de idade sem acesso à rede de esgoto têm 32,46% de chances maiores de morrerem. As chances de mortalidade infantil cai 4,7% para aqueles com acesso. As chances de caçulas homens morrerem é 36% maior do que a das meninas caçulas.

• A taxa de mortalidade de crianças até seis anos, no período de 1995 a 1999, era de 3,75% entre a população que não possuía acesso à rede de esgoto, e de 2,35%, entre a população que possuía. Entre 2001 e 2006, os números são de 2,89% e 2,25%, respectivamente.

INVESTIMENTOS

- O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado pelo Governo Federal no início de 2007, prevê gastos na ordem de R$ 40 bilhões na área de saneamento até 2010, o que viabilizaria os investimentos exigidos pela universalização do saneamento durante o período de sua implementação.
Fonte: Ronaldo Seroa da Motta; Saneamento, Renda, Saúde e Subsídios no Brasil;

- Para universalizar o saneamento no Brasil é necessário aplicar cerca de R$ 11 bilhões por ano até atingirmos um total de R$ 220 bilhões.
Fonte: FGV

- R$ 1 milhão investido em obras de esgoto sanitário gera 30 empregos diretos e 20 indiretos, além de empregos permanentes quando o sistema entre em operação.

- Com investimentos de 11 bilhões por ano, serão gerados 550 mil novos empregos.

- Os investimentos brasileiros em saneamento básico representam hoje apenas 0,22% do Produto Interno Bruto (PIB).

• Cada R$ 1 investido em saneamento gera economia de R$ 4 na área de saúde

- Seria necessário aplicar 0,63% do PIB ao ano para que todos tivessem acesso ao tratamento e à coleta de esgoto no país.
Fonte: Ministério das Cidades

2 comentários:

  1. Acompanho isso a mais de 10 anos. Você está coberto de razão esse sem dúvida é o problema numero 1. Lembrando é claro que saneamento básico inclui a correta destinação para o Lixo. Participei do Favela Bairro urbanizando muitas favelas no Rio e quando estive na Bahia pude testemunhar distritos como o de Barrolândia que a maior parte das casas não tinha banheiro. Isso mesmo cagavam no mato. Fizemos uma grande obra nessa cidadezinha. Banheiros, rede coletora, estação de tratamento e emissário até o rio Jequitinhonha. Alguns bons milhões investido para uma população que criticou muito essa obra. Para eles a obra foi apenas um problema. Temos muitas barreiras. A obra é enterrada. Não pode ser uma ação apesar de local de responsabilidade dos municípios pois esses não priorizam essa ação. As obras são caras, só podem ser feitas em sua totalidade (redes e estações), geram muitas interferências (custos não orçados), causam grandes transtornos (interdições, pueira e entulho)e quando acabam o resultado é muito pequeno.
    Outro aspecto que não consideramos muito é que o campo destino da maior parte dos nossos lixões é o mesmo que usamos para agricultura e pecuária. Você que vem de uma cidade pequena pode verificar qual é o lixão da cidade da sua família. Será que é um aterro sanitário? Será que não existe nenhuma plantação perto? O pouco tempo que fiquei na Bahia pude ver coisas horríveis nesse sentido.

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  2. Eu venho do Rio de Janeiro, meus pais é que são de Alto Caparaó. Eu vou procurar saber o destino do lixo na cidade na próxima vez que for lá.
    Eu entendo que esta infraestrutura é cara, mas, como qualquer política pública, deve haver uma priorização. E as capitais e grandes regiões metropolitanas deveriam ter 100% da população atendida em um prazo a ser determinado e cumprido (além de controlado pela população).

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